Algo que sempre quisemos transmitir com a campanha de lançamento da ‘’A DAMA’’ é que cada mulher possui a sua própria essência, podendo esta ser diferente de mulher para mulher. E para falar sobre isso, convidamos a psicóloga clínica Sandra Neto, especializada em Terapia de Casal e Sexologia Clínica.
Acreditas que as mulheres, atualmente, encontram-se em constante competição umas com as outras?
Sandra: Acredito que a pressão que sofremos socialmente para preencher determinados critérios que a sociedade criou, leva-nos, inconscientemente, a passar a vida em constante comparação. Logo, se existe comparação, acaba por haver rivalidade.
A exposição a esta rivalidade faz com que haja uma crescente de exigências, não só a nível profissional, mas a nível familiar, pessoal, corporal e sexual, que acaba por ter impacto nas nossas escolhas e no alcance da nossa própria versão que queremos atingir.
Por exemplo, eu adoro tainadas com amigos. Estas são um momento de convívio e aquilo que comemos não preenche os critérios de uma alimentação saudável e no momento é ok para nós, porque estamos a desfrutar da companhia e conversas uns dos outros. No entanto, quando chegamos a casa, abrimos o Instagram e vemos uma influencer a postar uma foto de biquíni e percebemos que defraudamos, mais uma vez, as expectativas do corpo que desejaríamos atingir este verão. Isto leva à criação de um sentimento de autofalha.
Por isso, pomos-te esta questão: Como está a tua relação contigo? Questionas-te a ti mesma sobre a mulher que queres ser?
Sandra: Eu já iniciei este compromisso comigo e deparo-me constantemente com a dualidade entre a construção da minha versão adaptada a mim mesma vs. o que sinto que a sociedade e os meus mais próximos esperam de mim.
Sou mulher. Nem sempre me olho espelho e me vejo com os mesmos olhos. Se há dias em que amo o meu corpo e só me apetece desfrutar dele, ficando satisfeita a fazer sexo comigo, há outros em que apenas me sobressaem os sinais das costas, ou a celulite e gordura que tende a acumular no fundo da minha barriga.
Nós somos as únicas responsáveis por atingirmos a nossa melhor versão. Seja o que isso implique e signifique para cada uma de nós. Importa é que esteja adaptada à nossa realidade e às nossas vontades.
Há algum concelho que queiras deixar às mulheres que fazem parte da nossa comunidade LAMÈR?
Tal como nos mostra a campanha deste ano da LAMÈR: as nossas Damas estão na essência e na conexão interior de qualquer uma de nós.
Este verão não olhes para o lado e penses no que ela tem que tu não tens. Pensa no que tu ainda não tens, mas queres lá chegar. Importa que te adaptes a ti e que consigas ser fiel a isso mesmo.
Não são só os biquínis que nos ficam bem, nós também ficamos bem nos biquínis quando respeitamos e confiamos no nosso próprio ritmo.
Tu és muito mais do que um corpo e a tua história é muito mais ampla do que o caminho que querem que traces para ti. Escolhe-te! E escolhe seres a Dama da tua própria vida.